terça-feira, outubro 13, 2009
Ladeiras de Monsaraz " NÓS POR CÁ "
http://sic.sapo.pt/online/video/informacao/Nos+Por+Ca/2009/10/associacao-acusa-cm-reguengos-de-monsaraz-de-obras-ilegais-e-perseguicao.htm
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Ladeiras de Monsaraz " NÓS POR CÁ "
http://sic.sapo.pt/online/video/informacao/Nos+Por+Ca/2009/10/associacao-acusa-cm-reguengos-de-monsaraz-de-obras-ilegais-e-perseguicao.htm
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Ladeiras de Monsaraz " NÓS POR CÁ "
http://sic.sapo.pt/online/video/informacao/Nos+Por+Ca/2009/10/associacao-acusa-cm-reguengos-de-monsaraz-de-obras-ilegais-e-perseguicao.htm
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O Caso das Ladeiras " NÓS POR CÁ "
http://sic.sapo.pt/online/video/informacao/Nos+Por+Ca/2009/10/associacao-acusa-cm-reguengos-de-monsaraz-de-obras-ilegais-e-perseguicao.htm
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quarta-feira, julho 29, 2009
Informações Gerais PRODER
http://www.monte-ace.pt/proder/index.html
http://www.monte-ace.pt/PRODER_Ficha_+Intencao_v3-2008.pdf
http://www.monte-ace.pt/Apresentacao-PRODER.pdf
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Proder/Leader/Eixo 3/Subprog. 3
O Consorcio MONTE, que é constituído, para além da ADIM, pelas associações ALLIENDE (Montoito) TRILHO (Évora) e MONTES CLAROS (Borba) foi reconhecido como GAL - Grupo de Acção Local - e viu aprovada a sua Estratégia de Desenvolvimento para as Zonas Rurais (Eixo 3 do PRODER) do Alentejo Central, que foi objecto de uma candidatura nacional.
A estratégia de desenvolvimento apresentada tem por principal objectivo dinamizar as iniciativas económicas nas zonas rurais e estimular a criação de emprego. Estima-se que a estratégia aprovada possa apoiar mais de 22 milhões de euros de investimento para a qual está consagrado um apoio do Ministério da Agricultura na ordem dos 12 milhões de euros, a fundo perdido, para toda a zona de intervenção do MONTE.
Nos anteriores programas, a zona de intervenção da ADIM tem alcançado sempre excelentes resultados, quer em número de projectos apoiados, quer em montantes de investimento, quer ainda em taxas de execução, pelo que será de esperar que a dinâmica local possa responder e dar bom uso a uma parte significativa do orçamento deste programa.
adim.monsaraz@gmail.com
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sexta-feira, abril 10, 2009
O peixe, afinal, não morreu pela boca...
O Tribunal Central Administrativo do Sul (TCAS) emitiu nova sentença favorável à ADIM. É a terceira decisão de um colectivo de juízes relativamente a este caso, que se arrasta incompreensivelmente desde Agosto de 2007. O Município de Reguengos tem interposto sucessivos recursos com a intenção de arrastar o caso e de o fazer esquecer no tempo, mas a estratégia está a correr mal, e em todos os recursos tem sido condenado. O peixe, afinal, não morreu pela boca.
Pela terceira vez, um colectivo de 3 juízes, de instância superior, e de composição diferente, dá de novo razão à providência cautelar que a ADIM (Associação de Defesa dos Interesses de Monsaraz) interpôs em Tribunal, relativa à destruição de Património em Monsaraz praticada pelo Município, que foi de novo condenado a pagar as custas neste caso de construção de obras ilegais em zona classificada como Monumento Nacional. Recordamos que estão em causa as obras dos novos parques de estacionamento e das ladeiras de acesso à vila medieval, construídos
em Zona de Protecção das muralhas, e em desacordo com as técnicas de construção normalmente usadas em sítios patrimoniais sensíveis, como é o caso de Vila de Monsaraz.
Novamente a Justiça reconheceu, e pela terceira vez, o protesto formal da ADIM contra a destruição do património, e mais uma vez vem mostrar a gravidade dos actos praticados pelo Município que desrespeitou as leis em vigor no nosso país sobre obras e sobre a protecção de património classificado.
A ADIM congratula-se com este novo facto e verifica com satisfação que o objectivo pelo qual tem lutado - a suspensão das obras ilegais em Monsaraz - é justo e fundamentado. Aguarda-se finalmente a revisão da sentença, e a reparação, dentro do possível, dos prejuízos históricos e patrimoniais provocados.
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quarta-feira, abril 08, 2009
19ª edição dos Encontros de Monsaraz
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terça-feira, dezembro 02, 2008
EXPOSIÇÃO JURGEN IRPS + PEDRO CABRAL
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quarta-feira, novembro 05, 2008
EXPOSIÇÃO CONJUNTA IRPS / CABRAL
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sexta-feira, outubro 24, 2008
PASSEIO PEDESTRE
Contacte:
ADIM - Associação de Defesa dos Interesses de Monsaraz
Travessa da Misericórdia 7200-175 Monsaraz
Telef. 266 557 425 Telem. 963 960 602
www.adim-monsaraz.pt
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quinta-feira, setembro 18, 2008
MONSARAZ - Destruição de património nacional. Município de Reguengos condenado definitivamente pelo Supremo Tribunal
O Município foi assim, mais uma vez e definitivamente, condenado neste caso de construção de obras ilegais em zona classificada como monumento nacional. Falamos dos novos parques de estacionamento e ladeiras de acesso à vila medieval, construídos em Zona de Protecção das muralhas.
O Acórdão do Supremo Tribunal, de 15 de Setembro, nem sequer reconhece fundamento ao recurso que o Município apresentou, dando novamente razão à sentença proferida pelo Tribunal Central Administrativo do Sul que já tinha anteriormente dado razão à queixa da ADIM, e condenando-o mais uma vez a pagar as custas.
Esta firmeza da Justiça no reconhecimento, pela segunda vez, do protesto formal da ADIM contra a destruição do nosso património, só vem mostrar a gravidade dos actos praticados pelo Município que desrespeitou as leis em vigor no nosso país sobre obras e protecção de património classificado.
É desta forma que o Município quer fazer de Reguengos de Monsaraz um concelho de EXCELÊNCIA, destruindo o património de todos, cortando o diálogo, não ouvindo ninguém, e obrigando por isso a sociedade civil a recorrer aos tribunais para defender o património que é de todos, coisa que a Autarquia deveria ser a primeira a fazer, dadas as suas evidentes responsabilidades públicas. Felizmente que a JUSTIÇA funcionou e aplicou a LEI de forma neutra, dando razão neste caso à parte menos poderosa do diferendo.
A ADIM congratula-se com este facto e verifica com satisfação que o objectivo pelo qual tem lutado desde há mais de um ano, a suspensão das obras ilegais em Monsaraz, é justo e fundamentado. Aguarda-se agora a revisão da sentença, e a paragem imediata das obras, para que se possa ainda reparar, dentro do possível, os prejuízos patrimoniais provocados.
Monsaraz, 2008-09-16
A Direcção da ADIM
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terça-feira, setembro 09, 2008
A ENVOLVÊNCIA DAS CORES EM MONSARAZ
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terça-feira, agosto 26, 2008
MONSARAZ NOS PRÓXIMOS 20 ANOS - da fábrica que falece à vila de Monsaraz
26 e 27 de Setembro 2008 / SEM-FIM / TELHEIRO / MONSARAZ
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quinta-feira, junho 26, 2008
COMUNICADO
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terça-feira, junho 17, 2008
lançamento da edição do Guia de Campo "Plantas de usos tradicionais e medicinais de Monsaraz”
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segunda-feira, junho 09, 2008
BONECOS DE BOLSO EM MONSARAZ
“Quase todos os bonecos são, de facto, em formato de bolso e quase todos feitos in loco. Normalmente uso cadernos pequenos (A5 ou A6) lápis, canetas pilot, esferográficas, e lápis de cor (cortados ao meio, guardados numa pequena caixa de chocolates, para caberem no bolso).”
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quinta-feira, junho 05, 2008
Monsaraz - Encontrado povoado pré-histórico da idade do Bronze
Desta forma, comprovam-se os piores receios, para os quais a ADIM tem vindo a alertar desde o início destas intervenções (parte delas em Zona Interdita à Construção e portanto ilegais) e ainda a necessidade da realização de estudos e intervenções arqueológicas prévias neste tipo de obras, em áreas sensíveis e protegidas por lei.
Caso tivessem acontecido as referidas intervenções antes das obras, como sempre defendemos, não se teria destruído solo de enorme importância arqueológica. Por outro lado, e com a conhecimento agora adquirido, outras poderiam ser as soluções, diferentes das actuais, que se limitam a ser intervenções avulsas e descontextualizadas. O monumento agora descoberto, poderá vir a ser importante num possível projecto sério de valorização global da Vila de Monsaraz e da sua envolvente, sustentada cientificamente, que tarda em surgir.
A Direcção da ADIM
informação disponível em GemaBolg - Grupo de Estudos do Megalitismo Alentejano - nos seguintes link´s:
Monte Xarez: uma grande urbe da Idade do Bronze
Trabalhar para o Bronze
Monsaraz Soma e Segue
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terça-feira, maio 27, 2008
CONVITE "BONECOS DE BOLSO EM MONSARAZ"
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terça-feira, maio 20, 2008
CAMINHAR PELO IMAGINÁRIO DE MONSARAZ
Este passeio teve a participação de mais de quatro dezenas de pessoas que assim puderam conhecer e estabelecer um contacto mais directo com o património histórico, cultural, arqueológico e paisagístico da Freguesia de Monsaraz.
A caminhada, de cerca de 13 km, que teve início na Aldeia de Telheiro, passou pela Vila Fortificada de Monsaraz onde foi feita uma breve abordagem à história da Vila e da região, tendo continuado pelas ruas da vila e pelos seus monumentos mais significativos, depois foram visitados alguns dos monumentos megalíticos da Freguesia de Monsaraz: Cromeleque do Xerez, Menir da Bulhoa e Menir do Outeiro, sempre acompanhados de breves elucidações históricas e cronológicas.
O passeio terminou com um excelente almoço no Restaurante Arco da Guia, onde a gastronomia local brilhou. Aí foram oferecidas algumas lembranças aos caminhantes, que manifestaram a sua intenção de regressar brevemente a esta freguesia, talvez num outro passeio organizado pela ADIM.
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sexta-feira, abril 18, 2008
DIA INTERNACIONAL DOS MONUMENTOS E SÍTIOS
MONSARAZ
18 de Abril de 2008
DIA INTERNACIONAL DOS MONUMENTOS E SÍTIOS
“O Dia Internacional dos Monumentos e Sítios foi criado, pelo ICOMOS (Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios), em 18 de Abril de 1982 e aprovado pela UNESCO no ano seguinte. A partir de então, esta data comemorativa tem vindo a oferecer a oportunidade de aumentar a consciência pública relativamente à diversidade do património e aos esforços necessários para o proteger e conservar, permitindo, ainda, sensibilizar para sua vulnerabilidade.
O ICOMOS elegeu como tema estruturante do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios de 2008 o tópico "Património Religioso e Espaços Sagrados", com o objectivo de contribuir para o reconhecimento, protecção e valorização dos edifícios e obras de arte religiosas, bem como de todos os espaços investidos de valor sagrado pelas respectivas comunidades humanas.
Considerando que a expressão cultural da religiosidade, enquanto dimensão humana universalmente presente, constitui um dos mais importantes componentes do património no mundo actual, e é uma das principais marcas da paisagem cultural portuguesa, propõe-se, no dia 18 de Abril de 2008, dedicar um olhar especial ao património religioso e aos espaços sagrados nas suas múltiplas dimensões - humana, social, cultural, simbólica e memorial.” (fonte: http://www.ippar.pt)
A Vila de Monsaraz, classificada no seu todo como Monumento Nacional, possui ainda no seu conjunto fortificado intramuros e na sua envolvente, outros monumentos classificados ou de relevante interesse patrimonial. Nenhum deles está a ser alvo, neste dia especial, de qualquer actuação por parte das entidades competentes deste domínio, em especial o Município de Reguengos, para assinalar esta data simbólica.
No entanto, como paradoxalmente se constata, está neste momento a envolvente da vila a ser alvo de destruição e de adulteração da sua originalidade monumental e paisagística, com a construção de banais parques de estacionamento para autocarros e automóveis em “Zona Especial de Protecção” e especificamente em “Zona Non Edificandi” (interdita a qualquer construção) e com a pavimentação, sem regras, de antigos acessos aos quais não foram aplicados os mais elementares critérios de prospecção e análise arqueológica.
Não se pode, por um lado encher a boca com intenções de excelência e de qualidade patrimonial, e por outro lado ignorar, esta data, ainda que simbólica, para não falar na ignorância manifestada ao promover obras com este impacto, sem os cuidados que internacionalmente são recomendados.
A ADIM – Associação de Defesa dos Interesses de Monsaraz – no quadro dos seus objectivos estatutários, tem vindo desde há muito a alertar a opinião pública relativamente a estas actuações, bem como para a diversidade do património e para os esforços necessários para o proteger e conservar. Tem ainda desenvolvido esforços no sentido da sensibilização da opinião publica local, regional, e até nacional, para os perigos que afectam a vulnerabilidade dos monumentos e sítios, indo assim ao encontro do que é objectivamente sugerido pelo ICOMOS - Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios.
Monsaraz, como um monumento no seu todo, incluindo a sua envolvente paisagística merece mais atenção!
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quinta-feira, abril 10, 2008
CAMINHAR PELO IMAGINÁRIO
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sexta-feira, março 28, 2008
COMUNICADO
A sentença emitida pelo Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja, relativamente à providência cautelar interposta pela ADIM (Associação de Defesa dos Interesses de Monsaraz) para serem embargadas, com urgência, as obras ilegais que o Município iniciou em Agosto de 2007 nas Ladeiras históricas de Monsaraz e em dois parques de estacionamento, não foi favorável a esta associação.
O Tribunal não considerou que o embargo fosse o meio próprio para este caso, não tendo sequer avaliado a matéria de facto, nomeadamente o caso de as obras estarem a ser executadas sem projecto aprovado pela instância competente e estarem a ser realizadas em Zona Interdita à Construção, dentro da zona estabelecida como de Protecção ao Monumento Nacional.
A ADIM não se conforma com esta decisão, e entende que se mantêm os problemas já anunciados:
- A obra prejudica o património monumental da vila, e foi iniciada ilegalmente, sem que houvesse a adequada prospecção arqueológica como a lei prevê, e irá desvirtuar por completo a imagem da encosta de Monsaraz com muros de suporte que atingem 5 metros de altura.
- A localização dos parques de estacionamento e a forma como pretendem ser construídos, a pouco mais de 50 metros da muralha setecentista, destruiu irremediavelmente solo arqueológico, e vai contribuir para a descaracterização do conjunto monumental.
Assim, decidiu a ADIM avançar com as seguintes acções:
- Interpor recurso da decisão do TAFB para o Tribunal Central Administrativo do Sul;
- Interpor uma nova providência cautelar de intimação para a paragem imediata das referidas obras;
- Dar entrada à acção administrativa especial com vista à anulação da execução das obras, e à condenação do município na reposição da situação, bem como na tomada de medidas necessárias à menorização dos enormes prejuízos patrimoniais já provocados.
Estas acções visam a defesa intransigente de todo o Conjunto Monumental do Prédio Militar nº 1, classificado como Monumento Nacional – a Fortaleza de Monsaraz - e de toda a sua envolvente paisagística, protegendo este conjunto patrimonial de intervenções ilegais, mal pensadas, sem qualidade, desnecessárias, executadas sem os mais elementares cuidados e desenquadradas de qualquer estudo de conjunto.
Monsaraz, 2008-03-20
A Direcção da ADIM
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segunda-feira, março 17, 2008
A verdade sobre a providência cautelar que o município de Reguengos diz ter “ganho”
Em comunicado publicado no dia 3 de Março, vem o município de Reguengos, mais uma vez, reagir a esta questão de forma nervosa, continuando, como já é habitual, a não saber conviver com a realidade da democracia. Obstinado em não aceitar que cometeu várias irregularidades no decorrer destas obras, refugia-se agora na sentença do (TAFB), retirando dela falsas conclusões.
É um facto, e é verdade, que o TAFB não deu provimento ao pedido da ADIM de suspensão imediata das obras, que continuamos a considerar ilegais e deficientes. São porem falsas e inaceitáveis as conclusões que o Município de Reguengos pretende retirar desta decisão.
Assim, é mentira que o tribunal tenha falado em falta de rigor, em ausência de legitimidade e em falta de fundamentação. É mentira que a ADIM tenha sido condenada seja a que for, uma vez que a ADIM não era acusada de nada. A ADIM terá de pagar custas do processo, é verdade, mas isso não é nenhum tipo de condenação. Este uso abusivo de termos, visa passar a ideia de que o município “venceu” e que a ADIM saiu “derrotada”.
A única parte verdadeira do comunicado do Município é aquela em que se diz que o tribunal “considerou que o embargo não era o meio processual adequado a estas obras”. Assim foi. O tribunal nem chegou a apreciar os factos denunciados pela ADIM. A Absolvição da instância é diferente da absolvição da acção principal, cuja matéria não foi sequer ainda apreciada. Esta opinião da MMª Juíza do TAFB, que respeitamos, é passível no entanto de recurso para instância superior, como irá acontecer se assim for decidido pela direcção da ADIM. A actual sentença de absolvição, repetimos, nesta instancia, não transitou em julgado, podendo portanto os seus efeitos virem a ser alterados.
Continuando no seu arrazoado, a câmara atribui ao tribunal um conjunto de conclusões que não se podem retirar, pois este não se referiu a nenhuma questão de legitimidade, nem à falta de indicação de contra-interessados, que a seu tempo foram indicados.
Muito menos demonstrou a legalidade das obras efectuadas. Esse é o terror que o município demonstra ter, pois sabe que sempre agiu incorrectamente em todo este processo de obras. E sabe que o tribunal não se debruçou sequer sobre o assunto, por isso pretende, à força, iludir-se e iludir os outros.
A utilização de termos como “despropositadas e sem sustentação verídica ou fundamentação” são conclusões falaciosas, que se pretendem atribuir, presunçosamente, ao tribunal. A sentença pode ser lida na versão integral nos documentos abaixo digitalizados.
A ADIM admite e aceita não ter, nesta instância, conseguido atingir os objectivos que estariam de acordo com a defesa do património mas, infelizmente, o tribunal não analisou sequer a questão da legalidade das obras, nem as questões que se prendem com os processos e métodos errados utilizados pelo Município, que motivaram a nossa iniciativa. Em tempo oportuno, irá a direcção da ADIM avançar com a correspondente acção administrativa que depende da providência cautelar em causa.
A ADIM não se pretende colocar no mesmo patamar que o município de Reguengos, e fazer da questão uma brincadeira que se pode “ganhar ou perder”. O Município de Reguengos de Monsaraz NÃO “GANHOU”, neste processo, ainda NADA. Esta situação é por demais séria e grave, para que se comparar a um qualquer “jogo”, – trata-se de uma zona CLASSIFICADA DE PATRIMÓNIO NACIONAL. Se algo pode vir a perder-se nesta matéria é o património monumental de Monsaraz e da sua envolvente.
O Município parece, neste comunicado triunfal, estar esquecido de que foi intimado pelo IPPAR a entregar novo projecto, por o existente não ser sequer considerado um projecto, por manifesta falta de qualidade; Que teve de ceder à alteração do uso de materiais propostos, nomeadamente do betuminoso com que pretendia revestir o solo do parque de estacionamento e da argamassa com que pretendia construir os muros das ladeiras; Que teve de, à pressa, fazer um projecto completamente novo, a pedido do IPPAR; Que teve de contratar um arqueólogo que, infelizmente, se limitou a constatar que 95% da área já estava destruída. Todas estas acções são consequência da denúncia da ADIM. Depois de todas estas cedências, o Município ainda diz que as obras eram legais e correctas?
Recordamos ainda que, parte destas obras se estão a realizar em zona “Non Aedificandi” e como tal interdita a qualquer construção, de acordo com o previsto no Decreto Lei que estabelece a Zona Especial de Protecção ao Monumento Nacional Classificado. Pelo que, em nosso entender, as obras continuam a ser ilegais.
Por último, que fique bem claro, juridicamente, a base da fundamentação desta sentença, encontra-se numa deliberação da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz, de Fevereiro 2006, logo aí com a abstenção de um vereador e a sugestão de outro, para que se solicitasse o respectivo parecer ao IPPAR.
Acontece que o início da execução destas obras, com grandes máquinas de rastos e terraplanagens, ocorreu na terceira semana de Agosto de 2007. Altura em que a ADIM intentou a referida Providência Cautelar.
A ADIM - Associação de Defesa dos Interesses de Monsaraz – procura pois, e tão somente com o seu procedimento, defender, preservar e acautelar aqueles que são os verdadeiros interesses de Monsaraz. A forma de actuar do município de Reguengos em todo este processo está a ser avaliada pelos cidadãos livres. Não estamos sozinhos nesta apreciação. Uma petição com perto de 1000 assinaturas irá ser entregue ao Sr. Presidente da Câmara de Reguengos de Monsaraz, pedindo que se pare com estas obras infelizes e prejudiciais para a imagem e para o património de Monsaraz.
Monsaraz, 11 de Março de 2008
A Direcção da ADIM
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sexta-feira, março 07, 2008
ENCONTROS DE MONSARAZ - Monsaraz nos próximos 20 anos
2. No ano em que celebra o seu 20º aniversário, a ADIM pretende que a edição 2008 seja de alguma forma comemorativa desse passado de que se orgulha. No entanto, preocupados mais com o futuro do que com o passado, entendemos que o tema deve prospectivar em vez de retrospectivar. Assim, escolhemos como mote a conhecida obra de Francisco de Holanda, escrita em 1571 mas apenas tornada publica em 1879.
3. Francisco de Holanda, artista polivalente, trouxe até nós esta fantástica obra depois de ter feito uma viagem de estudo a Itália, onde bebeu cultura e modernidade, no convívio que teve com artistas e intelectuais renascentistas, entre os quais Miguel Ângelo. Ao regressar a Lisboa, entusiasmado com os novos ideais estéticos humanistas, escreveu, desenhou e sugeriu um conjunto de obras que, do seu ponto de vista, iriam engrandecer Lisboa e coloca-la a par do melhor que havia na Europa e no Mundo.
4. Estabelecendo as devidas distâncias, temporais e circunstanciais, Monsaraz também precisa de olhar para o seu futuro. Nos últimos anos a Vila tem estado sujeita ao casualísmo, sem plano de salvaguarda que estruture um objectivo e um caminho. Os projectos implementados, muito discutíveis do ponto de vista teórico e técnico das intervenções, também são muito discutíveis do ponto de vista do modelo de desenvolvimento subjacente. No fundo, sem aquele impulso renovador e objectivo das propostas de Francisco de Holanda. Monsaraz precisa, como Lisboa precisava, sobretudo, de ideias.
5. O desafio que colocamos a artistas, estudiosos e investigadores de várias áreas é que, de forma real ou utópica reflictam sobre este paradigma e que agitem o torpor instalado. Pedimos propostas e visões para Monsaraz para os próximos 20 anos. Ideias que ajudem, sobretudo, a afirmar Monsaraz com um novo modelo, dado que estamos a falar de uma máquina de guerra desactivada e sem futuro enquanto tal. Ideias que possam proporcionar à Vila morta e entregue ao ritual dos passeios de fim-de-semana, um novo fôlego e uma renovada existência.
6. As ideias e propostas a apresentar poderão ter vários âmbitos, do texto ao desenho, do projecto ao esboço virtual. Poderão ter cariz teórico, técnico ou artístico, segundo a origem formativa dos seus autores. Poderão abranger as áreas da arquitectura e das diferentes artes - pintura, escultura, performance - mas poderão ser também propostas nas áreas da sociologia, da filosofia, da arqueologia, do planeamento, da economia e do ambiente entre outras.
7. O encontro realiza-se na tarde de sexta-feira e na manhã de sábado com a apresentação das propostas. No sábado, depois de almoço, realizar-se-á uma mesa redonda onde os intervenientes e os participantes poderão discutir as ideias apresentadas.
8. As propostas serão objecto de publicação e, se for caso disso, de uma exposição a realizar oportunamente.
As inscrições para participar neste encontro, bem como qualquer outro pedido de informação, devem ser dirigidos para:
ADIM – Associação de Defesa dos Interesses de Monsaraz Travessa da Misericórdia, 7200-175 Monsaraz
T.266557425 F. 266 550 121 Tm. 963 960 602E: adim.monsaraz@gmail.com / http://www.adim-monsaraz.pt/ / http://encontrosdemonsaraz2008.blogspot.com/
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sexta-feira, fevereiro 08, 2008
COMEMORAÇÕES VIGÉSIMO ANIVERSÁRIO DA ADIM
- Inventário Paisagístico e Arquitectónico da Freguesia de Monsaraz;
- Utilização das plantas tradicionais de Monsaraz
- Guia de Visita da Freguesia de Monsaraz
- Monsaraz nos próximos 20 anos - (Da fábrica que falece à Vila de Monsaraz)
Actividade: Exposição de fotografia de Jurgen Irps – Monsaraz
Posted by Associação de Defesa dos Interesses de Monsaraz at sexta-feira, fevereiro 08, 2008 0 comments
segunda-feira, janeiro 28, 2008
Carta Aberta ao Exmº Sr. Primeiro Ministro por ocasião da sua Visita a Monsaraz
Dirigimo-nos a Vossa Excelência por ocasião da sua visita a Monsaraz, para lhe pedir que conceda algum do seu tempo e atenção às preocupações que gostaríamos de lhe transmitir, sobre a forma como está a ser orientado o futuro desta nossa região.
Somos uma pequena associação de defesa de Monsaraz, fundada há quase 20 anos. Poderá o senhor Primeiro Ministro pensar que não temos na região qualquer poder e assim é de facto. Tentamos apenas exercer a nossa cidadania, valor supremo para a qualidade de qualquer democracia avançada. Por isso tomamos a liberdade de lhe pedir que nos ouça.
Estamos preocupados com a forma como se está a preparar o futuro da nossa terra. Os projectos que se anunciam para a região, assentam em boa parte a sua mais valia na qualidade do ambiente, da paisagem e do património. Ora Monsaraz, vila classificada na sua totalidade como Monumento Nacional, continua a não ter um plano de salvaguarda, um plano que determine e clarifique o tipo de intervenções, sejam públicas ou privadas, de modo a preservar a sua identidade e genuinidade, de forma clara, balizada e devidamente fundamentada na teoria do restauro e da conservação, como acontece em toda a Europa avançada e moderna.
O plano de que carece esta Vila monumental deveria ainda ser abrangente o possível para regular as questões que se prendem com a especulação que tem afastado os residentes da vila, e oferecido os seus espaços habitacionais a casas de fim de semana e/ou a usos diferentes dos da habitação, em numero excessivo e desproporcionado. Este desequilíbrio só foi possível por ausência deste documento de planeamento fundamental, que também teria sido importante para estabelecer regras urbanísticas e arquitectónicas bem como estabelecer critérios de desenvolvimento turístico e de promoção. Com um documento com este alcance, suportado por estudos de análise pluridisciplinar a montante, que a ADIM tem reivindicado desde há muito, teriam sido evitados erros diversos, nomeadamente os que se prendem com a recuperação das muralhas dos sistemas defensivos e a construção de um sistema de acessos casuístico e não planeado, que torna o acesso principal a Monsaraz num conjunto inestético, poluído visualmente, e com um enquadramento paisagístico completamente desadequado do nível de qualidade que o monumento exige. Ter-se-iam também evitado as destruições de solo arqueológico que recentemente foram executadas pela autarquia nos antigos acessos à Vila, e que alias motivaram a intervenção da ADIM, que interpôs uma providência cautelar contra estas obras, que considera ilegais, parte delas em área “nom aedificandi” da Zona Especial de Protecção. Resumindo, até este momento, o fenómeno turístico não tem beneficiado plenamente a população, que tem vindo a ser empurrada para fora das muralhas, e nem patrimonialmente porque a pressão imobiliária tem provocado alguns destes problemas e outros ainda, como é o caso da corrida à construção na soberba encosta onde se alcantarilha o complexo militar. De facto, recentemente, também têm sido polémicas algumas obras que, mascaradas de recuperações, e desrespeitando regras elementares e a própria Lei, usando solo protegido e abrindo feridas na paisagem, podem ser o início do invadir das encostas da vila à construção descontrolada.
Queremos ainda referir o facto de um dos poucos projectos sustentáveis e importantes para o verdadeiro desenvolvimento desta terra, o tão falado Museu Regional de Arqueologia, um projecto verdadeiramente original e criador de mais valias efectiva para a região, não estar ainda construído. Antes, está completamente parado, 10 anos depois de ter sido prometido. De facto, a quantidade infinita de estudos, investigações, levantamentos e escavações arqueológicas efectuadas, produziram uma riqueza científica ímpar e notável que importa proteger e divulgar. Não se conhece outra experiência semelhante, a nível planetário, que tenha passado pela análise sistemática e pluridisciplinar de milhares de km2. O manancial de estudos que esta situação impar proporcionou, não foi ainda rentabilizado em termos turísticos. Com esse conhecimento singular, poderiam fazer-se vários museus virados para o futuro. Peças exemplares, únicas, que projectassem e divulgassem a região no mundo e que trouxessem os tão esperados visitantes.
Senhor Primeiro Ministro, o facto de sermos pequenos e sem poder económico e político na região, não nos retira, em nossa opinião, o direito de tentar fazer ouvir a nossa voz e alertar para a destruição concertada do nosso património e da nossa paisagem, da nossa cultura e das nossas tradições, em nome de um progresso e de um desenvolvimento que só aproveita a alguns, curiosamente os que já têm muito poder económico e político. A História normalmente julga e mostra de que lado está a razão. Mas é sempre tarde de mais na maior parte dos casos, e como o Senhor Primeiro Ministro bem sabe, nem sempre as maiorias têm razão e muitas vezes são as minorias que fazem avançar e dar os grandes saltos nas civilizações.
Infelizmente no nosso país são minorias os que defendem a Cultura, o Património e a Paisagem. Nós fazemos parte delas, mas não nos movem interesses económicos, pessoais nem de grandes grupos de poder. Somos, como dissemos ao princípio, pequenos e sem poder mas gostaríamos de pedir a Vossa Excelência que nos permita ser daqui e continuar a ser daqui, deste sítio, desta terra à qual estamos ligados. Que nos permita desenvolvê-la harmoniosamente, para todos, e não apenas para os novos senhores da terra loteada e urbanizada à custa da destruição da nossa paisagem, da nossa Reserva Agrícola e da nossa Reserva Ecológica.
Como uma vez disse o Embaixador José Cutileiro que tão bem compreendeu e estudou esta terra, “SER CULTO É SER DE UM SÍTIO” no sentido de que é a identidade da nossa terra e das nossas raízes que nos dão a força e a cultura para prosseguir de cabeça erguida e construir um futuro com Memória, ideia que muito bem enfatizou o Senhor Presidente da República no seu recente Roteiro para o Património e com a qual não podemos estar mais de acordo
Senhor Primeiro Ministro, pedimos-lhe que não permita que transformem a nossa MEMÓRIA num grande resort de PIN’S e golfes, de turismo igual a todos os outros turismos por esse mundo fora, em perfeito contra ciclo com o que de melhor e mais avançado se faz neste domínio do desenvolvimento local e do turismo de qualidade, em países verdadeiramente desenvolvidos e que Vossa Excelência tanto aprecia como é o caso dos países nórdicos.
Pedimos-lhe ainda que nos leia e que ouça este nosso grito de alerta e que não tenha medo do que dizem os pequenos sem poder nem influência porque só queremos ajudar a construir um futuro melhor para a nossa terra, justo e equilibrado, para todos.
Monsaraz, 25 de Janeiro de 2008
A Direcção da ADIM
(Associação de Defesa dos Interesses de Monsaraz)
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quinta-feira, janeiro 03, 2008
MURALHAS A MARTELO
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quinta-feira, dezembro 20, 2007
Providencia Cautelar da ADIM contra as obras nas Ladeiras
Recordamos que a ADIM interpôs providência cautelar, em Agosto de 2007, com o objectivo de embargar as obras que a autarquia de Reguengos está a efectuar nas ladeiras históricas de Monsaraz e em dois Parques de estacionamento por estas não terem projecto aprovado pelo IPPAR. Parte destas obras abrangem a Zona Especial de Protecção das Muralhas de Monsaraz, classificadas como Monumento Nacional, e em especial a sua Zona “Nom Aedificandi” onde é interdita qualquer construção.
Com este pedido, espera a ADIM que esteja para breve a resposta do TAFB a um processo cautelar que já deveria ter tido resposta, face à urgência e gravidade das acções perpetuadas.
A Direcção da ADIM
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quinta-feira, dezembro 13, 2007
Notícia no Jornal "Palavra" de 13 de Dezembro
O que o Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja (TAFB) indeferiu foi um pedido especial, efectuado em 3 de Outubro de 2007, de decretamento provisório da providência previamente interposta em 17 de Agosto de 2007. Este pedido de especial urgência visava acelerar o pedido inicial, por entendermos que já tinha passado tempo suficiente para o TAFB se pronunciar. Este indeferimento não se refere, portanto, à providência cautelar requerida pela ADIM, que continua a aguardar resposta por parte do tribunal. O tribunal não rejeitou a providência cautelar, mas sim o pedido de especial urgência. O tribunal entendeu não haver uma especial urgência para este pedido, e oportunamente se ira pronunciar sobre a providência cautelar, que continua a correr os trâmites normais. Ora, o título usado, pode levar a pensar que a ADIM perdeu no tribunal uma causa, o que não aconteceu. De qualquer modo, convém ainda esclarecer que o pedido de providência é uma iniciativa cautelar que culminará com uma acção, que a seu tempo dará entrada nos tribunais competentes.
Aliás, a ADIM emitiu um comunicado sobre este mesmo assunto em 6 de Dezembro de 2007, que esclarece convenientemente esta interpretação, que classificamos de demagógica, veiculada pelo Município.
A Direcção da ADIM
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sexta-feira, dezembro 07, 2007
Sobre a informação do Município de Reguengos de 20 de Novembro de 2007
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sexta-feira, novembro 02, 2007
PROCESSO DAS OBRAS NAS LADEIRAS HISTÓRICAS DE ACESSO À VILA E PARQUES DE ESTACIONAMENTO EM MONSARAZ
No decorrer do mês de Julho, constatou o corpo técnico da ADIM que maquinaria pesada do Exército Português se encontrava na Freguesia de Monsaraz. A ADIM desconhecia o projecto promovido e aprovado pelo Município de Reguengos de Monsaraz, visto o Sr. Vice Presidente do Município Reguenguense nunca ter feito chegar os projectos de “Recuperação das Calçadas Medievais” e dos “Parques de Estacionamento” conforme prometeu em reunião realizada entre as duas entidades no dia 9 de Fevereiro de 2006. No decorrer das obras, estranharam os representantes da ADIM a forma e a realização técnica da obra, tendo-se dirigido aos locais, o Presidente e o Vice-Presidente da ADIM, já nos últimos dias do mês de Julho.
Dia 01 DE AGOSTO 2007
LADEIRAS HISTÓRICAS DA ViLA DE MONSARAZ ESTÃO A SER ARRASADAS
de: ADIM associação de defesa dos interesses de monsaraz adim.monsaraz@gmail.com>
para: mandrade@ippar.pt
data: 01/08/2007 18:15
assunto: MONSARAZ - Ladeiras Históricas Arrasadas
enviado por: gmail.com
Junto se envia documento descritivo de duas obras que neste momento se encontram em curso nas encostas de Monsaraz. Uma delas é pública e promovida pelo Município. Outra é particular. Ambas estão a ser realizadas sem qualquer tipo de painéis de identificação pelo que se desconhece o seu enquadramento legal.
Por entendermos que estas obras são prejudiciais para a imagem de Monsaraz e para a sua qualidade ambiental e paisagística e ainda por questionarmos a sua legalidade face ao que delas é visível, vimos por este meio enviar o referido documento com o pedido de actuação que esteja ao Vosso alcance.
Jorge Paulo Sanches Cruz
Arquitecto
----- Original Message -----
From: Marco Andrade
To: Jorge Cruz
Sent: Thursday, August 09, 2007 11:18 AM
Subject: Re: Ladeiras de Monsaraz
Caro Arquitecto Jorge Cruz,
Como pode imaginar, e a título pessoal, é com perplexidade que vejo situações como essa acontecerem desnecessariamente.
Agradeço, uma vez mais, a vossa colaboração.
Cumprimentos,
Marco Andrade
(Divisão de Salvaguarda)
O projecto, pouco mais do que uma memória descritiva e alguns desenhos de especialidades, é subscrito por dois engenheiros. O parecer técnico do IPPAR da autoria da arquitecta paisagista Cláudia Giões, datado de dia 10 de Agosto, é claro:
- Os projectos não foram entregues atempadamente para apreciação na instância competente;
- É imprescindível o acompanhamento arqueológico;
- Deve ser evitado o calcetamento com calçada tipo medieval, preservando os troços de calçadas medievais existentes e revestindo as demais áreas apenas com terra batida ou saibro;
- No que se refere a muros e muretes, que sejam reconstruídos com junta seca, não argamassada mantendo a técnica tradicional;
- No que diz respeito ao parque de estacionamento, considera-se que a coordenação deverá ser de autoria de arquitecto e/ou arquitecto paisagista (nº 3 do Decreto-lei nº 205/88 de 16 de Junho, conjugado com o nº 1 do art.º 45º da lei 107/2002, de 8 de Setembro);
- Não existe no “projecto” (as aspas são do próprio parecer) levantamento topográfico;
- O “projecto” tem um impacte negativo muito forte;
- … uma vez que já foram feitas as terraplanagens e arrasado o coberto vegetal, (o impacte visual) já não pode ser minimizado;
- Nas peças entregues não existe nenhuma memória descritiva ou justificativa do que se pretende fazer e quais os materiais a utilizar, nem inertes nem vegetais;
- Nos desenhos, nomeadamente nos perfis, é mencionado a utilização de betão betuminoso, o que é totalmente desaconselhado para uma situação rural, em pleno campo aberto, num sopé de uma encosta
Tal facto é suficiente para recusa simples do projecto. O mesmo se aplica à parte das ladeiras que se encontra dentro dos mesmos limites, onde é interdita qualquer tipo de construção.
- Como tal, a aprovação dos referidos projectos pela autarquia, a 1 de Fevereiro de 2006, contraria a lei pois à altura ainda não haviam sido apreciados pelo IPPAR e como tal não podiam ser aprovados pela autarquia sem tal parecer.
- Como irregular foi a candidatura a fundos comunitários, pois tais projectos, para além de imensamente deficientes e sem qualidade, não poderiam ser candidatados por estarem feridos de ilegalidade.
de: Jorge Cruz jpsc@sapo.pt
para: Marco Andrade
data: 10/08/2007 13:27
assunto: Re: Ladeiras de Monsaraz
enviado por: sapo.pt
Cara Arquitecto Marco Andrade
Face a este panorama, os cidadãos sentem-se sem qualquer possibilidade de evitar estes crimes, porquanto as administrações se comportam como entidades arrogantes e prepotentes, que se sentem acima de qualquer lei. Todos sabemos que o que se está a passar e inadmissível, todos estamos a ver acontecer, mas vemos também que não temos meios para deter esta prepotência e insensibilidade perante o património que é de todos. Parece que estamos num pais sem leis nem regras. Por isso lhe peço que me informe do andamento do processo, no sentido de tentarmos, enquanto cidadãos e representantes de uma associação, fazer algo mais que possa impedir a continuação das obras que nos tentam impingir desta forma arbitrária, prepotente e insensível.
Pela Direcção da ADIM
Jorge Cruz
(presidente da direcção)
de: Jorge Cruz
data: 10/08/2007 13:44
assunto: Fw: Ladeiras de Monsaraz
enviado por: sapo.pt
Vice-presidente da Câmara Municipal de Reguengos
Face a este panorama, os cidadãos sentem-se sem qualquer possibilidade de evitar estes crimes, porquanto as administrações se comportam como entidades arrogantes e prepotentes, que se sentem acima de qualquer lei. Todos sabemos que o que se está a passar e inadmissível, todos estamos a ver acontecer, mas vemos também que não temos meios para deter esta prepotência e insensibilidade perante o património que é de todos. Parece que estamos num pais sem leis nem regras. Por isso lhe peço que nos informe do andamento do processo, enquanto cidadãos e representantes de uma associação de defesa dos interesses locais, que tenha em conta as recomendações do IPPAR, e que suspenda as obras até que haja um consenso técnico sobre a oportunidade da sua realização, a qualidade técnica e respectivas mais valias patrimoniais do projecto. Isto apesar de sabermos que o que já se destruiu é irrecuperável, o que lamentamos profundamente.
Jorge Cruz
(presidente da direcção)
NOVO COMUNICADO: MONSARAZ - Ladeiras históricas arrasadas
ZONA ESPECIAL DE PROTECÇÃO - ZONA “NON AEDIFICANDI”
Considera a ADIM que a gravidade da intervenção ultrapassa todos os limites, estando grande parte da intervenção das ladeiras a ser feita em Zona Especial de Protecção e outra parte das ladeiras, tal como todo o parque de estacionamento, está dentro de Zona Interdita à Construção – Zona “Non Aedificandi”, conforme se pode constatar no Decreto Lei de 10 de Maio de 1951, ora apresentado:
DIA 16 DE AGOSTO 2007
A 16 de Agosto, recebe o Município o parecer técnico do IPPAR, datado de 10 de Agosto. No entanto, mesmo com o parecer que acima se referiu, e apesar de parte das obras se situarem em área interdita à construção, e terem sido iniciadas sem projecto, o Presidente do IGESPAR, Elísio Summavielle, em despacho de 13 de Agosto, diz:
Concordando com o exposto, julgo tratar-se de uma obra que deve ter um acompanhamento assíduo por parte da (ex)DRE. Nesse sentido, e com vista a uma regularização da situação a breve prazo, deverão ser realizados pela autarquia (em articulação com a DRE) os necessários acertos no “programa” e projecto de intervenção, necessários à legalização da intervenção.
Ou seja, uma obra ilegal, feita sem projecto e em zona interdita à construção, pode, na opinião deste senhor, ser passível de “legalização”, e de preferência a “breve prazo”.
Nesse mesmo dia, realiza-se uma inédita e incrível reunião convocada pela Governadora Civil de Évora, não se sabe a que titulo, em que estão presentes o Presidente da Câmara de Reguengos, a Directora Regional do IPPAR, um técnico do IPPAR e 3 técnicos da Câmara Municipal, e em que foi acordado, conforme acta, continuar com os trabalhos do parque de estacionamento, desde que devidamente acompanhados arqueologicamente, e se possível com uma melhor adaptação morfológica do terreno ao tipo de pavimentação. Quanto às ladeiras, ficou ao critério do município estudar uma proposta de solução, desde logo contrária à proposta pelo parecer técnico, por se considerar inadequada à situação. Ou seja, numa reunião em que a maioria dos presentes são políticos ou técnicos do município infractor, são tomadas decisões técnicas contrárias ao parecer aprovado superiormente, e ainda assim, desde que possível.
DIA 17 DE AGOSTO 2007
Todo este processo mobilizou sócios e corpos sociais da ADIM bem como outros cidadãos interessados no assunto, que diariamente e em permanência acompanharam com incredulidade as obras e todo o processo, do qual ressalta que houve uma conduta errada da câmara ao não aceder a parar as obras e a tentar encontrar uma solução. Antes pelo contrário, a câmara tentou a todo o custo ultrapassar a questão por via politica, promovendo várias reuniões e tramitando acções no sentido de que as obras, ilegais e sem projecto, fossem aprovadas. Assim, e no sentido de parar as obras, verificou-se como única solução a entrega de uma providência cautelar contra o município de Reguengos de Monsaraz, no Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja. O que aconteceu a 17 de Agosto de 2007.
DIA 27 DE AGOSTO 2007
Por solicitação do Juiz que deu seguimento à providência cautelar instaurada, teve a ADIM que entregar a 27 de Agosto de 2007 informação mais detalhada para aperfeiçoamento do processo.
DIA 7 DE SETEMBRO 2007
Neste dia são entregues no IPPAR pelo Município de Reguengos, elementos relativos ao
projecto do parque de estacionamento de Monsaraz. Numa reunião em que estão presentes para além do Directo Regional de Cultura do Alentejo e da (ex) directora regional do IPPAR, que entretanto viu a sua tutela remodelada, um técnico do IPPAR, o Presidente da Câmara e 4 técnicos do Município de Reguengos, foram entregues esses elementos e na acta da recepção é logo referido que “serão analisados os elementos à luz do legalmente considerado. Do ponto de vista técnico, e pese uma analise mais apurada dos serviços, correspondem à tentativa de resolver condicionantes colocadas pelo serviço, designadamente a sua integração paisagística."
Recordamos que estamos a falar de um projecto que nem poderia ser apreciado, uma vez que se situa em zona Non Aedificandim, conforme legislação que determina a ZEP de um monumento Nacional.
DIA 11 DE SETEMBRO 2007
Datado deste dia, um relatório do arqueólogo Nuno Miguel Pedrosa, relativo ao acompanhamento da remoção das terras pre-existentes, posterior portanto ao início das obras e mesmo posterior à entrega dos elementos relativos ao projecto do parque de estacionamento de Monsaraz, feita a 7 de Setembro, refere-se como ponto de partida que “Aquando da chegada ao campo, cerca de 95% da área já havia sido escavada sem acompanhamento arqueológico…” Ainda assim, o referido técnico identificou inúmeras estruturas, e uma grande quantidade de materiais arqueológicos, materiais de construção e cerâmica doméstica de época Moderna/Medieval.
DIA 12 DE SETEMBRO 2007
Datado de 12 de Setembro, e estranhamente dando entrada no mesmo dia no Município de Reguengos, o Director Regional da Cultura do Alentejo assina um despacho em que informa que “sou de parecer favorável à pretensão, uma vez que eles (os elementos entregues) vêm responder às condicionantes colocadas e ao despacho de 13/08/2007 do Senhor Presidente do IGESPAR. O referido documento não especifica a que pretensão se refere, nem está acompanhado de nenhum parecer técnico. Ou seja é um parecer político relativo a um assunto sobre o qual não foi dado nenhum parecer técnico, o que para o caso em apreço e com os antecedentes conhecidos é no mínimo muito estranho. Aparentemente, pode-se pensar que o referido parecer foi feito muito à pressa, e muito rapidamente feito chegar ao Município de Reguengos, no mesmo dia em que foi produzido, tendo portanto chegado em mão e não pelo correio como seria normal, a tempo de ser incluído na contestação à providência cautelar interposta pela ADIM.
DIA 14 DE SETEMBRO 2007
Na sequência da Providência Cautelar interposta pela ADIM, o juiz do tribunal administrativo notificou o Município de Reguengos de Monsaraz para, querendo, contestar. A contestação apresentada pelo município, que deu entrada no dia 14 de Setembro de 2007, dois dias depois de recebido o despacho do Director Regional da Cultura do Alentejo em que o mesmo informa ser “…de parecer favorável à pretensão…”, consta um conjunto de documentos que só vêm demonstrar a gravidade da situação e dar ainda mais validade às denúncias apresentadas pela ADIM. Ora vejamos:
- Teve o Município de, à pressa e em 3 semanas, fazer um projecto completamente novo, que deveria ter sido feito, com tempo e qualidade, muito antes de iniciar as obras; (em anexo no final deste documento reproduz-se a memória descritiva do referido projecto) - Teve de arranjar um arqueólogo que se limitou a dizer que 95% da área já estava destruída;
- Todas as acções e todos os documentos apresentados, pelo Município, em sua defesa, têm data posterior à da denúncia da ADIM;
- Todas estas atitudes apressadas, numa tentativa de emendar os lapsos cometidos, levam a que a qualidade das intervenções seja remetida para segundo plano;
- De qualquer modo, estamos a falar de um projecto para uma zona em que é proibida, por lei, toda e qualquer construção ou mesmo a alteração da topografia e do coberto vegetal por ser uma zona Non Aedificandi.
DIA 27 DE SETEMBRO 2007
Na Assembleia Municipal realizada a 27 de Setembro de 2007, foi apresentado pelos responsáveis pelo Município de Reguengos de Monsaraz, um documento intitulado: “Ladeiras - Recuperação dos Caminhos Pedonais da Envolvente de Monsaraz / Parques de Estacionamento em Monsaraz: A REPOSIÇÃO DA VERDADE.
- Nesta apresentação continua o Município Reguenguense a negar a destruição realizada das calçadas das ladeiras históricas.
- Mostra um conjunto de fotografias, com que pretende negar qualquer destruição das calçadas, repetindo imagens sempre dos mesmos lugares (muito próximo da Porta de Évora e ao acesso pelas ladeiras ao alto de S. Bento), mostrando sempre zonas com calçadas ainda mantidas, mas não mostrando as zonas onde realizou a destruição. Destruição esta ocorrida em parte em Zona Especial de Protecção e Interdita à Construção. Resumindo, apresentou um conjunto de fotografias de zonas onde nem sequer estão a decorrer obras.
- Foram ainda apresentados uma série de documentos, pouco claros e sem o alcance legal suposto, por terem sido todos produzidos entre a entrada da providencia cautelar e a pronuncia do município através da contestação, ou seja, supõe-se que sejam documentos feitos por pedido, tal como os documentos recebidos da GNR, da CCDRA e da Inspecção Geral da Administração do Território, que apresentam todos a mesma estrutura e molde, nos quais apenas se limitam a emitir as opiniões anteriormente expressas pela câmara. De referir que nenhuma das entidades veio ver, ao terreno, a realidade das obras, como era suposto ter acontecido.
- Apresenta um projecto de arquitectura feito à pressa, apenas por um técnico, quando o tipo de projecto requer uma equipa minimamente constituída pelas especialidades da arquitectura, paisagismo, engenharia do ambiente e especialidades técnicas.
- Ainda nesta apresentação, refere o município, publicamente, que recebeu um pedido de suspensão das obras, mas que não o considerou, não reconhecendo a figura desse “pedido de suspensão”. Chamamos a atenção para o facto de que, numa primeira fase, vociferou nos órgãos de informação o não recebimento desse pedido de suspensão das obras por parte do IPPAR. Esta atitude, de desconsideração para com a instituição do estado que tem a tutela do património, e com a qual tem o dever de ter relações de cooperação, é uma atitude pouco saudável em democracia, incorrecta e pouco responsável por parte de quem tem o dever de gerir nosso património cultural.
- Coloca em causa a legitimidade da ADIM para apresentar uma Providencia Cautelar no Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja. Não responde às questões apresentadas pela ADIM na Providência Cautelar, colocando as questões administrativas à frente das questões que se querem ver resolvidas.
- Dizem nesta apresentação que a ADIM teve um comportamento totalmente destrutivo e litigante, acrescentando que deve a associação, desde já, ser publicamente responsabilizada perante a população de Monsaraz e de todo o Concelho por qualquer atraso nas obras que dificulte ou inviabilize a sua total conclusão ou o seu financiamento previsto.
DIA 4 DE OUTUBRO 2007
Na sequência da contestação apresentada pelo Município, entregou a ADIM a sua réplica, onde defende a sua posição e reafirma a urgência da providência cautelar pedida, salientando nomeadamente:
- O reforço da urgência na paragem imediata das obras ilegais;
- Que o Município de Reguengos de Monsaraz contesta a forma mas não o conteúdo, pretendendo que a acção não tenha efeito, não por conseguir refutar as causas de que a ADIM a acusa, mas por questões laterais processuais. No entender da ADIM, não há nenhuma forma processual que por estar errada torne as obras boas, legais e feitas de acordo com a lei. O que foi destruído e os danos causados não ficam sanadas, ou seja, como é que a CMRM pode ser absolvida desta forma? O mal não está feito? As ilegalidades cometidas passam a ser legais? para além do mais, o que apresentam em sua defesa são apenas factos, pareceres e provações de duvidosa eficácia porque produzidas depois da acção interposta. O que vem provar que fazia todo o sentido ter parado de imediato a obra pelas irregularidades deste modo confessadas. O IPPAR teve na altura todas as razões para propor o embargo e não o fez. Esta atitude, do nosso ponto de vista, deve ser considerada uma decisão administrativamente errada, senão mesmo nula, tal como errada foi a analise e suposta aprovação de um projecto em Zona Interdita à Construção.
- A associação, de acordo com o artigo segundo do primeiro parágrafo dos seus estatutos, tem por fim a defesa dos interesses sócio económicos da freguesia de Monsaraz, nas suas componentes histórica, económica, patrimonial e museológica. A intervenção far-se-á através dos meios legais ao seu alcance. Tem portanto toda a legitimidade para proceder a uma acção deste tipo que, aliás, está ao alcance de qualquer cidadão, mesmo que isoladamente.
- Na sua contestação, a CMRM refere a aprovação camarária do projecto. No entanto esta aprovação não é suficiente para este tipo de projecto, que requer parecer e aprovação do IPPAR, segundo a lei do património. O que não aconteceu nem antes, nem durante nem depois do início das obras. O último ofício da DRCA, não refere a aprovação de qualquer projecto, mas apenas o parecer favorável da pretensão, que não se sabe qual é. E a suposta aprovação apresentada, apresenta vícios de forma, falta de elementos e de pareceres técnicos. É uma “aprovação” politica.
- Todos os documentos apresentados são posteriores à nossa acção, pelo que apenas vêm confirmar a ausência de projectos aprovados, ou seja que todas as obras realizadas foram ilegais. Mais, o relatório técnico do IPPAR, caracteriza com bastante severidade o projecto de mau, quer no que se refere à falta de qualificação dos autores, quer aos métodos previstos, quer às omissões, uso de materiais incorrectos, enfim caracterizando-o como um “não projecto”, inadequado ao local e que não deverá ser viabilizado.
- No documento apresentado na contestação, datado de 7 de Setembro, refere-se à entrega de elementos relativos ao projecto do parque de estacionamento. É impossível, ou pouco provável, que se tenha feito um projecto com os elementos solicitados no parecer do doc, em tão curto espaço de tempo, apenas por um técnico. Um projecto deste âmbito requer uma equipa de arquitecto, arquitecto paisagista, engenheiro do ambiente, engenheiro civil e desenhador, no mínimo. Em pleno período de férias, e em Portugal, seria um milagre. De qualquer modo estamos a falar de um projecto, ainda que fantasma, PRODUZIDO PARA UMA ZONA INTERDITA A QUALQUER CONSTRUÇÃO, COMO SOBEJAMENTE FOI REFERIDO ATRÁS.
- Datado de 12 de Setembro de 2007, dois dias antes de terminar o prazo para entrega da contestação, o IPPAR faz um parecer favorável a uma pretensão que não se sabe qual é, sem parecer técnico anexo, que não pode ser confundida com a aprovação de um projecto, PARA UMA ZONA INTERDITA À CONSTRUÇÃO. OS ELEMENTOS DERAM ENTRADA a 7 DE SETEMBRO, NUMA 6º FEIRA, E O PARECER, QUE NÃO É UMA APROVAÇÃO, É DATADO DE DIA 12 DE SETEMBRO. UM VERDADEIRO MILAGRE. CLARO QUE, AINDA QUE TUDO ISTO FOSSE POSSIVEL, NÃO RETIRA UMA VIRGULA Á NOSSA ACÇÃO, ANTES PROVA QUE ATÉ DOIS DIAS ANTES DA CONSTESTAÇÃO, ENTREGUE A 14 DE SETEMBRO, AS OBRAS CONTINUARIAM A SER ILEGAIS, SEM PROJECTO APROVADO, E CONSTRUIDAS SEGUNDO UM PROJECTO CHEIO DE IRREGULARIDADES, RAZÃO PELA QUAL DEVERIA TER SIDO DE IMEDIATO PROFERIDO O EMBARGO PELO IPPAR, NUM PRIMEIRO MOMENTO, E AINDA AQUANDO DA ENTRADA DA NOSSA PROVIDENCIA CAUTELAR. TUDO ILEGAL, SEM PROJECTO, SEM APOIO TÉCNICO, CONFORME ESTÁ AGORA PROVADO.
- MESMO A CONSIDERAR SER POSSIVEL ESTE MILAGRE, AS OBRAS SÓ ESTARIAM “LEGAIS” A PARTIR DE DIA 12 DE SETEMBRO, 2 DIAS ANTES DA ENTRADA DA CONTESTAÇÃO, OU SEJA, A APROVAÇÃO FOI COZINHADA DENTRO DO PRAZO DA ENTRAGA DA CONSTESTAÇÃO.
- O RELATÓRIO DO ARQUEÓLOGO VEM DAR RAZÃO À URGENCIA DA PARAGEM DAS OBRAS PEDIDA PELA ADIM, UMA VEZ QUE FORAM ENCONTRADAS ESTRUTURAS E MATERIAIS ARQUEOLÓGICOS… OU SEJA, SEGURAMENTE QUE PODEM TER SIDO DESTRUIDAS ESTRUTURAS DURANTE AS OBRAS SEM ACOMPANHAMENTO (95% SEGUNDO O TÉCNICO)… E O MESMO NAS CALÇADAS…
- QUALQUER CONFUSÃO ENTRE QUESTÕES TÉCNICAS CIENTIFICAS E PATRIMONIAIS LAVANTADAS PELA ADIM E O CONCURSO TELEVISIVO 7 MARAVILHAS É PURA CONFUSÃO. O ASSUNTO LEVANDADO PELA ADIM É UM ASSUNTO SÉRIO, ENQUANTO O CONCURSO TELEVISIVO REFERIDO É UM CONCURSO DE ENTRETENIMENTO, SEM QUALQUER VALOR CIENTIFICO OU TÉCNICO. A UNESCO PRONUNCIOU-SE MESMO NEGATIVAMENTE SOBRE ESTE EVENTO.
- ALIÁS, BASTA VER A OPINIÃO EMITIDA PELO PROF DR CLAUDIO TORRES A UM JORNAL LOCAL, PARA SE PERCEBER O ALCANCE DA DESTRUIÇÃO REALIZADA E DA FALTA DE CONHECIMENTOS E DE SENSIBILIDAEDE DEMONSTRADOS PELA CÂMARA. UMA OBRA COM ESTAS CARACTERÍSTICAS NÃO SE FAZ COMO SE FAZ UM CAMINHO RURAL… O DR CALAUDIO TORRES COMPARA MESMO AS CALÇADAS A UMA CASA OU UMA IGREJA … REQUER SENSIBILIDADE, CONHECIMENTOS TÉCNICOS PATRIMONIAIS E PAISAGISTICOS PARA NELE INTERVIR.
DIA 27 DE OUTUBRO 2007
A ADIM envia ao Presidente da Assembleia Municipal, para ser apresentado na próxima Assembleia, um texto em que responde ao documento apresentado na Assembleia Municipal de 27 de Setembro:
Ladeiras de Monsaraz – A verdade é a que é e não a que o município de Reguengos gostaria que fosse. A verdade não se pode fabricar num power-point.
Pela forma como está a reagir à questão das ladeiras de Monsaraz, o Município de Reguengos tem revelado que convive mal com a realidade da democracia. Não querendo assumir os erros cometidos, demonstra indiferença, arrogância e insensibilidade perante a actuação infeliz que teve e continua a ter. Resolve fingir que tudo esteve sempre bem, desvalorizando e atacando a posição da ADIM quando esta se limitou a fazer o que compete a todos e cada um dos cidadãos:
defender o património dos erros, mesmo os da administração pública. O Município de Reguengos tem tido uma reacção completamente imoderada, respondendo com ataques desmesurados, acusando a ADIM de uma acção político – partidária e os seus dirigentes de falta de senso. Tenta desviar as atenções do essencial para se refugiar no supérfluo. Recorre à afronta pessoal e procura pressionar cidadãos livres. Em resumo, atira para todo o lado, sem se preocupar em, racionalmente, tentar resolver o problema. Não contente com a atitude inicial, insiste obstinadamente em continuar com as obras ilegais. Tais atitudes são inadmissíveis em democracia.
A ADIM não pretende colocar a discussão no mesmo patamar que o município de Reguengos a está a colocar. Antes prefere não levar em conta tais reacções, que já não se usam nos dias que correm em sociedades modernas e verdadeiramente democráticas. Às pessoas que se interessem pelo assunto e que queiram uma informação independente, basta lerem as actas das sessões de câmara para fazerem o seu juízo, e perceberem os avanços o recuos que o Município tem feito.
A ADIM, desde a sua fundação, tem chamado a atenção para inúmeros problemas do nosso concelho, em particular da freguesia de Monsaraz, propondo e sugerindo formas de actuação, em particular nas questões patrimoniais e de desenvolvimento local. Sempre no plano Técnicocientífico e das ideias e nunca ao nível político, que não é esse o seu desiderato. O Município de Reguengos, sempre ignorou tais sugestões. Desde sempre que a ADIM defende que Monsaraz necessita de um plano de Salvaguarda e de um gabinete técnico especifico, exclusivo e permanente, constituído por técnicos qualificados, com experiência e capacidade cientifica adequada para gerir patrimonialmente a Vila de Monsaraz e a sua envolvente. Monsaraz é o único Monumento Nacional, que não possui estes instrumentos o que demonstra por parte do Município uma inépcia e um exemplo de má gestão cultural, inadmissíveis nos tempos que correm. Enquanto outros centros históricos preparam há anos as suas candidaturas a Património Mundial, e aplicam com rigor os seus planos de salvaguarda, recuperando e requalificando o seu património, Monsaraz contenta-se em ser candidata a concursos de televisão sem qualquer significado no plano científico. Quem assim se comporta demonstra uma atitude provinciana e uma enorme falta de habilidade para lidar com o património que é de todos.
Ao longo dos anos, sempre que o Município de Reguengos resolve fazer obras em Monsaraz, fálo em geral sem o mínimo respeito pela tutela e pelas práticas correntes, com maus projectos, sem conhecimento das matérias, sem competência técnica e envolve-se geralmente em polémicas desnecessárias. Por fim, uma referencia à acusação de que a ADIM agiu de má fé. A ADIM, no dia 1 de Agosto, divulgou junto das entidades competentes um comunicado em que chamava a atenção para as deficiências graves praticadas nas obras das ladeiras. A obra, que não fora aprovado pelo IPPAR, seguia um projecto sem qualidade, e não tinha em conta os necessários cuidados que se exigem em obras desta natureza. O IPPAR veio dar razão à denúncia da ADIM: Visitou as obras no dia 7 de Agosto, e na sequência, solicitou oficialmente a suspensão das obras no dia 8 de Agosto. Numa atitude arrogante e demonstrativa da falta de respeito pelos orgãos da tutela, o Município não acatou o pedido oficial de suspensão, admitindo mesmo que não lhe reconheceu legitimidade. A ADIM insistiu e no dia 10 de Agosto contactou novamente as autoridades com a tutela do património bem como o Município de Reguengos, para que se tivesse um pouco de bom senso e se parasse com as obras, de modo a poderem ser reavaliadas, com serenidade, tal como foi sugerido pelo IPPAR. Perante a indiferença e o desinteresse demonstrados pelo Município, a ADIM, viu-se forçada a recorrer às instâncias legais, tendo para o efeito, no dia 17 de Agosto, solicitado providência cautelar para o embargo da obra, como única solução para tentar minorar os efeitos nefastos que, do nosso ponto de vista, a intervenção em causa tem no património.
De qualquer modo, a acção da ADIM já vai tendo alguns frutos. Ao contrário do que afirma, o Município foi intimado pelo IPPAR a entregar novo projecto, por o existente não ser sequer considerado um projecto, tal a falta de qualidade, para além de estar subscrito por técnicos sem qualificação para tal; teve de ceder à alteração do uso de materiais propostos, nomeadamente do betuminoso com que pretendia revestir o solo do parque de estacionamento e da argamassa com que pretendia construir os muros das ladeiras e teve de, à pressa e em 8 dias, fazer um projecto completamente novo, que deveria ter sido feito, com tempo e qualidade, muito antes de iniciar as obras. Teve de arranjar um arqueólogo que se limitou a dizer que 95% da área já estava destruída. Todas estas acções e todos os documentos apresentados, agora, pelo Município, têm data posterior à da denúncia da ADIM. Depois de todas estas cedências, o Município ainda vem dizer que a ADIM não tinha razão? Por fim, se numa primeira fase vociferou que não tinha recebido nenhum pedido de suspensão das obras, vem agora, publicamente, admitir que o recebeu mas que não o considerou? Ora esta atitude, de desconsideração para com a instituição do estado que tem a tutela do património, e com a qual tem o dever de ter relações de cooperação, é uma atitude pouco saudável em democracia, incorrecta e pouco responsável por parte de quem tem o dever de gerir nosso património cultural. Todas estas atitudes apressadas, numa tentativa de emendar os lapsos cometidos, levam a que a qualidade
das intervenções seja remetida para segundo plano. Por outro lado, fazemos notar que o projecto apresentado nunca poderá ser aprovado, contrariamente ao que o município sugere, uma vez que as obras de um dos parques de estacionamento se desenvolvem em zona “Non Aedificandi” e como tal interdita a qualquer construção, de acordo com o previsto no Decreto Lei que estabelece a Zona Especial de Protecção ao Monumento Nacional Classificado. Pelo que, em nosso entender, as obras continuam a ser ilegais. Não é com estas práticas que se defende o património. A Acção judicial corre neste momento o seu percurso normal, e esperamos, responsavelmente, pela decisão final que determinará de que lado está a razão nesta questão.
Por fim, toda esta actuação do Município, que inutiliza os caminhos históricos com esta lamentável obra, ajuda a compreender porque razão tem demorado a aceitar receber, limpos e sinalizados desde Fevereiro de 2007, os caminhos que integram os percursos do imaginário, tal como está previsto em protocolo assinado por todos os parceiros, entre os quais o próprio Município - recordamos que estes caminhos foram objecto de um projecto de limpeza e divulgação, promovido pela ADIM e seus parceiros e financiado pelo programa LEADER; Ajuda também a perceber o tempo que tem demorado a aprovar o prometido subsídio, quando o Município tem entretanto aprovado subsídios muito mais avultados a outras organizações e associações; Também ajuda a compreender a razão pela qual o projecto da ADIM e dos seus parceiros foram “esquecidos” num encontro sobre “turismo rural”, em que a organização deu preferência à promoção, inexplicável, do turismo de segunda residência, confundindo claramente dois conceitos que são antagónicos; E também percebemos melhor a pressa que a autarquia teve em divulgar, nesse mesmo encontro, um projecto paralelo de percursos e caminhos. Demasiadas situações em relação ao mesmo tema. Não conseguimos perceber porque razão foram estes trabalhos realizados numa altura em que mais turistas se encontram na região, e mais procura existe de animação, sendo os “Percursos do Imaginário” um dos poucos exemplos de oferta nesta área.
DIA 29 DE OUTUBRO 2007
Até ao momento não existem avanços por parte do órgão judicial, estando o processo na posse da Dra. Juiz.
Posted by Associação de Defesa dos Interesses de Monsaraz at sexta-feira, novembro 02, 2007 1 comments